LIMITES E POSSIBILIDADES DO USO DE SOFTWARES EDUCACIONAIS


LIMITES   E  POSSIBILIDADES   DO  USO  DE SOFTWARES  EDUCACIONAIS 

                                                                                              Fragmentos do texto de: Clenira Martinelli

Com a era tecnológica e a acelerada evolução do mundo globalizado, fica difícil  ao professor competir com as novas tecnologias de informação e comunicação  (o computador) e se utilizar somente do quadro de giz e papel, os quais são  pouco   atrativos   ao   aluno.   As   tecnologias   estão   adentrando   o   sistema educacional   e  de   ensino   e  uma   indagação   se   faz   presente:   Como  as instituições de ensino fazem uso do computador, entendendo   o   acesso   ao computador como uma das formas de estar conectado ao mundo e às atuais  relações dialógicas que se estabelecem com o saber e com o contexto social, faz-se necessário repensar a educação na busca de novas formas de ensinar, as quais sejam atrativas aos alunos no processo de ensino/aprendizagem.

Por Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), entende-se todo e recurso tecnológico que permita o trânsito de informações. Estas informações podem ser resultantes de inúmeros meios de comunicação, tais qualquer como: televisão, jornal, revista, livros, fotografias, computadores, gravação de áudio e vídeo, redes telemáticas, robótica, sistemas multimídias, dentre outros  (SUANO, 2008).

A informática, nesse contexto, de acordo com Wilerich (2008), engloba toda  atividade relacionada ao desenvolvimento e uso dos computadores que permita aprimorar e automatizar tarefas em qualquer área de atuação da sociedade.

Podemos definir a informática como “ciência do tratamento automático das informações” (WILERICK,   2008).  Muito  mais  que visar,  simplesmente,  à programação de computadores para executar tarefas específicas, a informática estuda a estrutura e o tratamento das informações sob suas mais variadas formas: números, textos, gráficos, imagens, sons, etc.

Mediante o exposto, vê-se de antemão que essas ferramentas podem ser um importante meio para promover o tráfego de informação até o usuário ou facilitar o processo ensino aprendizagem por meio de recursos educacionais.

Porém, vale frisar que, para além das ferramentas citadas, não basta, de acordo com Wilerick (2008), que as escolas caminhem em direção aos avanços tecnológicos,   de   equipamento   e   conexão. 

A informática pode oferecer ao aluno socialização, autonomia e independência no que se refere à aprendizagem, mas cabe ao professor organizar,  por meio do computador, atividades que atendam às necessidades de aprendizagem do educando.   Não   podemos   afirmar,   exatamente,   como   a   informática   irá revolucionar a educação do futuro, porém tudo indica que, com a evolução tecnológica avançando cada dia mais no meio social e escolar, mudará muito a estrutura educacional de nossas escolas, exigindo capacitação profissional e instituições de ensino equipadas para atender às novas gerações.

O computador e, por conseguinte, os programas utilizados repetem, quantas vezes   forem   necessárias,   a   atividade   sem   nenhuma   punição   ou constrangimento ao aluno. Permite a autocorreção, testa suas hipóteses e alcança a aprendizagem por ensaio e erro, melhorando assim sua autoestima e sua independência.

As   TICs,   além   de   proporcionar   ao   aluno   conhecimentos   educacionais, informações do mundo, promovem a interação e socialização, visto que, quanto maior for o seu acesso, maior será a socialização. As aulas dadas através da informática se tornam momentos de entretenimento e diversão, oferecem segurança e autonomia ao aluno, todavia não dispensam a atuação do professor como mediador da aprendizagem.

É   importante   ressaltar   que   as   novas   Tecnologias   de   Informação   e Comunicação   contribuem   para   o   desenvolvimento   individual   de   nossos educandos, além de ser fonte de informação e inclusão digital e social. Por meio   delas,   o   aluno   poderá   ultrapassar   barreiras   de   tempo   e   espaço, favorecendo o relacionamento entre pessoas que estão distantes fisicamente, e, ainda, estudar, aprender e interagir com o mundo globalizado [...] a escola deixa de ser o principal meio de informação para as novas gerações e deve concorrer com outros meios, da qual se espera, ademais, que ela informe e ensine.  [...] novas modalidades institucionais buscam responder às transformações   do  meio   global   em   que   se  desenvolve   a educação, proporcionando múltiplas interfaces com esse meio, bem como uma maior capacidade, velocidade e precisão de resposta, única forma de facilitar a constante adaptação das pessoas e dos meios formativos aos mutáveis contextos de informação,   conhecimento,   trabalho,   tecnologia   e   cultura (TEDESCO, 2004, p. 25 e 43).

O campo da informática oportuniza uma infinidade de recursos para serem desenvolvidos na educação, inclusive na educação especial, proporcionando aos   alunos   com   necessidades   educacionais   especiais   uma   maior produtividade. Devido às limitações da pessoa com deficiência, o aprendizado se torna cada vez mais uma barreira, que pode ser minimizada com o uso de equipamentos que neutralizem tais barreiras. Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência é o preconceito social, que são julgadas como incapazes.

Com a introdução da informática na escola, o uso de softwares educativos já é frequente em muitas escolas, por trazerem facilidades no campo educacional, como rapidez, segurança, cooperação, socialização, autonomia e eficiência na interação do educando com o objeto de estudo. Os softwares são diversos e podem,  por exemplo,  ser baseados em exercícios dados em sala de aula, envolvendo   atividades   de   memorização,   repetição   e   fixação   dos conhecimentos. Valente (1999, p. 141) defende que as   atividades   computacionais   deverão   ser   integradas   às atividades desenvolvidas em sala de aula e cada professor deverá desenvolver, juntamente com seus alunos, atividades relativas   ao   conteúdo   de   sua   disciplina.   A   metodologia geralmente   está   baseada   em   estímulos   e   respostas, independente se estas estão corretas ou não, dando ao aluno oportunidade   de   autocorreção   com   novas   tentativas   de respostas.

O computador e os softwares educativos são ferramentas que direcionam as atividades   sem   provocar   constrangimentos   ao   educando,   permitindo aprendizagens por ensaio e erro com correções imediatas, menor risco de bloqueio cognitivo e emocional durante a realização das tarefas, bem como uma maior quantidade de atividades propostas.

 Segundo Lollini (2001), a vantagem do trabalho com softwares em sala de aula é oferecer grande quantidade de atividades com estímulos audiovisuais, que o aluno   poderá   resolver   de   acordo   com   suas   limitações,   seu   grau   de conhecimento,   seu   interesse   e   no   tempo   que   lhe   for   necessário,   sem cobranças ou imposições do professor.

A questão referente ao bloqueio no processo de aprendizagem é outro aspecto a ser considerado.

O computador instaura uma situação de aprendizagem na qual não há o risco de bloqueio cognitivo devido a problemas de emotividade ou de diminuta capacidade de relacionamento[...] não se queixa, não grita, não castiga em caso de erro. Uma máquina que repete docilmente o trabalho, aceita perguntas e, no momento oportuno, cala-se ao toque de uma tecla garante não provocar constrangimentos emotivos durante as atividades de aprendizagem [...] o aluno diante da máquina formula hipóteses, testa-a fazendo experiências práticas [...] obtém respostas,   enxerta   modificações,   avalia   novamente   a   sua eficácia, reformula hipóteses (LOLLINI, 2001, p. 38-39).

Outro aspecto positivo do uso do computador dentro do sistema de ensino é proporcionar   ao   aluno   o   tempo   que   for   necessário   para   realizar   uma determinada atividade particular sem a defasagem entre o seu tempo e o tempo   proposto   pela   escola,   respeitando   suas   limitações   e   o   grau   de dificuldade que ele apresenta.

A informática pode oferecer ao aluno muitas facilidades no que se refere à aprendizagem, mas esta só ocorrerá se o professor mediar o trabalho entre o computador e o aluno, instigando, provocando e questionando-o para que ele possa sentir-se motivado a se apropriar de novos conhecimentos. Quando a mediação se faz presente, o computador deixa de ser uma ferramenta condicionante   e   passa   a   ser   usado   como   recurso   para   ampliar   as possibilidades de apropriação de conhecimentos.

A partir do exposto, verifica-se que o uso das tecnologias de comunicação, em especial   os  softwares  educativos,   poderá   contribuir   muito   para   o desenvolvimento   cognitivo   da   pessoa   com   necessidades   educacionais especiais, uma vez que vislumbra atividades descontraídas, ritmadas e de acordo com as especificidades do educando.

É importante ressaltar que a pessoa com necessidades educacionais especiais precisa de um maior tempo para a realização das tarefas, por mais simples que elas sejam, por decorrência de uma patologia (deficiência intelectual, visual, física, auditiva ou múltipla) ligada ou não a quadros de síndromes, por decorrência de dificuldades de aprendizagem oriundas de aspectos culturais, dentre outras. Necessita também de uma maior variedade de atividades, e que estas sejam atrativas, que despertem seu interesse e curiosidade, motivando-a a realizá-la da melhor forma possível.

A curiosidade, o interesse, a motivação, o reforço, o prazer de  aprender não derivam do uso de instrumentos monótonos. São, pelo contrário, enfatizados por ingredientes como a novidade, a surpresa,   a   diversão,   o   exercício   motor,   [...],   canais   de comunicação   e   de   recuperação   para   desadaptados   e deficientes, para os quais são necessárias estratégias que reduzam   os   níveis   de  ansiedade   e  supram   as  carências emotivo-afetivas, culturais e sociais que constituem o quadro patológico (LOLLINI, 2001, p. 152).

O jogo educativo, por meio da informática, evidencia-se como atividade inovadora no meio escolar. Ele tem grande poder de interação, prazer e desafio, já que tem o intuito de levar o educando à aquisição do saber de forma lúdica e descontraída.

Contudo, o emprego de softwares educativos, no ambiente escolar, deve ser analisado em duas grandes abordagens, o instrucionismo e o construcionismo (VALENTE, apud MENEZES, 2006).

Na perspectiva instrucionista, o aluno explora o programa cujo objetivo é a instrução em um determinado assunto. Tal perspectiva é caracterizada pela memorização e repetição de conteúdos, e os softwares são classificados em:

a) tutoriais – aqueles que proporcionam uma comunicação entre o aluno e a máquina, onde o computador apresenta um conteúdo, com questões para que o aluno as analise e, em seguida, as responda; é de fácil utilização tanto para o aluno, quanto para o professor;

b)  de exercício e prática  – baseados em Skinner, são caracterizados pela repetição do exercício, geralmente utilizados como revisão de conteúdos;

c)  jogos educacionais  – criados para que o aluno busque, através de sua vivência, e sozinho, a resposta para a atividade proposta, o aluno aprende de uma forma lúdica o conteúdo apresentado;

d) simulação – por intermédio dela, o aluno irá desenvolver hipóteses, testá-las, e analisá-las, por permitir a exploração de situações imaginárias e complicadas que exigem tempo.

A segunda abordagem teórica utilizada nos softwares educativos é a teoria do construcionismo. Explica Menezes (2006) que se caracteriza por priorizar a resolução de problemas e por auxiliar o aluno a construir algo de seu interesse para que ocorra a aprendizagem desejada.

A resolução de problemas passa a ser um processo controlado pelo   aluno,   pois   é   ele   quem   comanda   o   computador, ensinando-o   a   fazer   [...].   Por   isso,   com   a   utilização   de softwares  construcionistas,   o   professor   tem   maiores possibilidades de compreender o caminho mental feito pelo aluno,   ajudando-o   a   interpretar   as   respostas   dadas   pelo computador, questionando-se sobre as mesmas e propondo-lhe desafios que o levarão à construção do conhecimento (MENEZES, 2006, p. 58).

No software construcionista, o computador irá executar aquilo que o aluno lhe indicar e, quando a resposta “não” é a esperada, o aluno irá comandá-lo com novas orientações, em busca do resultado desejado. O aluno, nesse contexto, é o sujeito da aprendizagem, é ele que busca alternativas e lança desafios ao computador. O professor, por sua vez, é o mediador, cabendo a ele instigar o aluno a experimentar novos caminhos para alcançar os objetivos propostos no processo de ensino-aprendizagem.

SOFTWARE “Mesa Educacional Alfabeto”.                         

Esse  software  tem   por   finalidade   contribuir   para   o   desenvolvimento   de habilidades cognitivas (alfabetização) e da linguagem oral e escrita. Possibilita, ainda, ao professor, inserir e personalizar textos e imagens de acordo com o grupo de alunos. Ele é composto por sete jogos com atividades voltadas para aquisição da lecto-escrita, a saber: aquário; karaokê; a casa dos doces; o jardim da casa; o castelo e show de televisão. Esses jogos dão ênfase a atividades de montagem e reconhecimento de palavras; associação de sons, palavras,   cores   e   figuras;   leitura   de   letras,   palavras,   frases   e   textos; desenvolvimento   da   linguagem   escrita;   expressão   oral,   linguagem   visual (figuras   e   cores);   musicalidade;   percepção;   organização   e   atitudes cooperativas.   Ao   invés   do  mouse,   os   alunos   respondem   as   atividades colocando os cubos na plataforma.

As ferramentas disponíveis já apresentam um número significativo, porém não significa que todos tenham fácil acesso a elas. A dificuldade, ainda hoje evidenciada, resulta da pouca difusão e conhecimento sobre esses recursos tecnológicos, cuja circulação ainda é restrita devido ao alto custo, o que termina por corroborar à falta de acesso a informações e apropriação de conhecimentos por parte dos que possuem limitações resultantes de suas patologias e não de seu intelecto.

À luz das informações aqui apresentadas, podemos afirmar que o computador, atualmente,  configura-se   como  uma  ferramenta   a  mais   no   processo   de aquisição do conhecimento, bem como os programas por ele veiculados.

Contudo, há que se levar em consideração as particularidades de cada educando.

O fato de ter, dentre as suas características, a possibilidade de reproduzir as atividades   quantas   vezes   for   necessária,   sem   risco   de   punição   ou constrangimento, permitindo a autocorreção, a testagem de hipóteses, não abstém o professor de buscar outras ferramentas de cunho construcionista.

Mediante o exposto, cremos que a educação não pode ficar alheia às mudanças tecnológicas, devendo buscar nelas possibilidades de atendimento às demandas e necessidades dos alunos. E como bem pontuado por Lollini (2001, p. 150) “a informática e o computador podem auxiliar o deficiente desde que adaptados e com objetivo para tal, podem ser inimigos do deficiente quando caem em modismos”.

A guisa de conclusão podemos afirmar que a eficácia do uso dos TICs  e dos softwares  educacionais estão intimamente ligados à seleção adequada dos programas e o conhecimento de seu conteúdo para que o usuário (aluno) se envolva com o contexto e seja valorizado.

Referências

LOLLINI, Paolo. Didática e computador. Quando e como a informática na escola.

2. ed. São Paulo: Loyola, 2001.

MENEZES,   Eliana   da   Costa   Pereira   de.  Informática   e   educação   inclusiva:

Discutindo limites e possibilidades. Santa Maria: Editora UFSM, 2006.

SUANO, A. V. R. Novas tecnologias de informação e comunicação: reflexões a

partir   da   teoria   vygostskyna.   Disponível   em:

. Acesso em: 05 mar. 2008.

TEDESCO,   Juan   Carlos.   (Org,).  Educação   novas   tecnologias:   Esperança   ou

Incerteza? UNESCO, 2004.

VALENTE, José Armando.  O   computador   na   sociedade   do   conhecimento. São

Paulo: UNICAMP/NIED, 1999.

WIKIPÉDIA,   A   enciclopédia   livre.  Software  educativo.   Disponível   em:

. Acesso em: 05 mar. 2008.

WILERICH,   R.  Conceitos   básicos   de   informática.  Disponível   em:

. Acesso em: 05 mar. 2008.

A LETRA Q

A letra ''q'' nao anda sozinha,ela precisa de um amiguinho!

por: Monica Braga RodrigueS
Era uma vez um amiguinho, que andava muito triste na floresta.
O nome dele era ''q'', um belo dia, ele viu um outro amiguinho, que andava na floresta também, o nome dele era ''u''. O ''q'' disse:
- Olá amigo ''u'' tudo bem?
O amigo ''u'' respondeu:
- Tudo! Mas vejo que você, não está nada bem, vejo que chorou muito hoje!
E o amigo ''q'',olhou para o ''u'' e disse:
- Chorei sim! É que me sinto muito sozinho.
O amigo ''u''disse a ele:
- Não precisa chorar!!! Olha só, todos por aqui dizem que eu sou forte e corajoso, vou andar sempre ao seu lado, mas não diga para o ''e'' e para o ''i'' que estou com você, pois eles são muito ciumentos!
Sempre quando eles vierem vou me esconder atrás de você, e o meu som não vai aparecer tá? Somente o seu.
O amigo ''q'' muito feliz e contente disse:
- Combinado!
Aí vem eles com mais letrinhas! Dê as mãos a todos porque vou me esconder!
Chagam então as letras i-a-b-o e e-i-j-o e se juntam:
Q U i a b o / q u e i j o > quiabo/ queijo
E assim viveram felizes para sempre!







20 qualidades do professor ideal



20 qualidades do professor ideal

Ao listar características de bons professores, o Referencial para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente reconhece que nem todos podem ser avaliados por provas.

O docente ideal:

1. Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.

2. Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos.

3. Conhece as didáticas das disciplinas.

4. Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.

5. Organiza os objetivos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nível de aprendizagem.

6. Seleciona recursos de aprendizagem de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.

7. Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.

8. Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.

9. Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.

10. Institui e mantém normas de convivência em sala.

11. Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.

12. Comunica-se efetivamente com os pais de alunos.

13. Aplica estratégias de ensino desafiantes.

14. Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.

15. Otimiza o tempo disponível para o ensino.

16. Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.

17. Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.

18. Trabalha em equipe.

19. Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.

20. Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.

Fonte: Adaptado de Referenciais para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente- Documento para Consulta Pública, MEC/Inep.

Publicado em NOVA ESCOLA Edição 236, Outubro 2010.

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Reportagens









Reportagens

Atividades para estimular a linguagem oral e escrita


Atividades para estimular a linguagem oral e escrita
Algumas atividades para estimular a linguagem oral e escrita das crianças.











ENTREVISTA BERNARD CHARLOT


Bernard Charlot: "O conflito nasce quando o professor não ensina"
Pesquisador francês afirma que, quando falta reflexão no saber e prazer e aventura em classe, a escola perde o sentido original

"Há duas línguas diferentes sendo faladas na escola: a dos professores e a dos alunos." Para Bernard Charlot, professor de Ciências da Educação da Universidade de Paris 8 e da pós-graduação da Universidade Federal de Sergipe, essa tensão existe porque os dois lados desconhecem o prazer do saber. Sem dramatizar os conflitos nem apresentar vítimas e culpados - o que seria muito simplório para uma questão tão profunda -, o pesquisador passou quase 20 anos estudando, principalmente em escolas da periferia da França, a relação que as pessoas estabelecem com o conhecimento. Os jovens gostam de aprender? O que determina o interesse pelos estudos? Seu objetivo principal é descobrir por que alguns adolescentes pobres não avançam na Educação formal, enquanto outros se revelam bem-sucedidos. Grande parte dos trabalhos foi realizada pelo grupo de pesquisa Escol (Educação, Socialização e Coletividades Locais) na Universidade de Paris 8 desde 1987. Um dos pontos de destaque é a semelhança entre os educadores brasileiros e franceses. A hipótese é que existem situações, como as de ensino, que são universais. Hoje, Charlot acompanha de perto a realidade das escolas brasileiras, principalmente as do Nordeste. Aos 62 anos, vive em Aracaju, casado com uma professora brasileira. A seguir, os principais trechos da entrevista realizada em São Paulo.

Por que a relação entre alunos e professores é tão difícil?
BERNARD CHARLOT Para os alunos, há uma lógica no ato de estudar e, para os professores, há outra. Ouço muito das crianças: "Fui a todas as aulas, estudei em casa e não concordo com as notas que recebi". O professor retruca, afirmando que o estudante é preguiçoso e não entendeu a matéria. Esse descompasso revela o grande abismo que existe entre as pessoas e interfere no processo de aprendizagem.

Quem está com a razão, os professores ou os alunos?
Charlot O objetivo de minhas pesquisas não é encontrar vítimas e vilões. Os dois lados têm suas razões. E digo isso com sinceridade. Qual a trajetória de alunos e professores na construção do saber? Isso sim é importante e explica o ponto de vista de cada um. Estudar a ótica do outro é a primeira lição que alunos e professores precisam aprender. Mesmo assim, o diálogo verdadeiro ainda é muito difícil.

Qual é o sentido da escola para os alunos?
Charlot As crianças francesas acham que, como seus pais, que ganham por hora de trabalho, deveria ser recompensado pela quantidade de tempo passado em frente dos livros. Ou seja, as notas deveriam ser proporcionais ao estudo. Mas, é óbvio, essa não é a lógica da escola. A instituição escolar defende que, se o estudante não fez as tarefas, não leu nem adquiriu um saber intelectual, ele pode ser reprovado. Para esse aluno, isso é uma injustiça, algo ilógico. A maioria dos estudantes gosta de ir à escola para comer, namorar e brincar. Nunca ouço que é um lugar para aprender. Para eles, os estudos, os trabalhos e as pesquisas existem para atender apenas aos interesses da escola. Assim, professores pensam que ensinam e alunos pensam que estudam.

Como fazer os alunos estudarem e os professores ensinarem de fato?
Charlot Há milhares de motivos pelos quais os jovens imaginam que a escola é o lugar do lazer e não do saber. É importante descobri-los, mais do que criticar. Os conflitos nascem quando o professor explica algo que não é compreendido. Ainda tranqüilo, e com outras palavras, ele explica de novo, e outra vez sem sucesso. Rapidamente, ele vai considerar o estudante um incapaz. O educador culpa o aluno, mas se sente fracassado também porque a turma não avança. O jovem, por seu lado, pensa que o professor não sabe ensinar. O clima fica tenso e uma coisa sem importância vira estopim para uma agressão verbal ou física.

O professor não age dessa forma porque está sobrecarregado de tarefas?
Charlot Ser professor hoje em dia é uma missão quase impossível. É preciso ter jogo de cintura para enfrentar as diversas contradições. O aluno vai à escola sem ter recebido uma socialização prévia. No passado, quando apenas uma pequena parte da população tinha acesso à Educação formal, não havia esse problema. Os pais preparavam os filhos para essa etapa da vida e os irmãos mais velhos, que também freqüentavam a escola, ajudavam os mais novos. Porém, quando toda a população passa a estudar, você se vê diante de crianças que não foram preparadas para as situações de aprendizagem. A dificuldade atual da escola é conseqüência da democratização. E quem há de reclamar disso?

Por que tantos professores criam imagem de um aluno ideal?
Charlot Essa questão é muito complicada. O professor espera encontrar em sala de aula um clone ideal dele mesmo, ou seja, uma pessoa que ele gostaria de ser: crítico, reflexivo, leitor e dedicado. Mas o professor também deseja alunos obedientes. E essa contradição é insolúvel. Como ser, ao mesmo tempo, obediente, crítico e inquieto com a realidade? Na verdade, os critérios estão quase sempre baseados no comportamento: muitos acreditam que o bom aluno é aquele que não atrapalha o andamento da aula, chega na hora certa, levanta a mão para fazer perguntas inteligentes e conta com o interesse dos pais pelos estudos.

E os alunos, o que esperam dos professores?
Charlot Uma vez ouvi esta frase: "Gosto muito do meu professor porque ele nos trata como seres humanos". Ilude-se quem pensa que os meninos e as meninas esperam um amigo ou um colaborador mais velhos. Os jovens querem se relacionar com um profissional maduro. Outro ponto importante: eles não querem ser números. Não há nada pior para uma criança ou um adolescente do que encontrar seu professor na rua e não ser reconhecido. Os jovens não agüentam ser tratados como anônimos. Isso confirma uma das principais competências que se espera de um profissional da Educação - a capacidade de se relacionar. E acrescento: com humor, que é o melhor remédio para enfrentar as contradições do universo da Educação.

Sempre houve conflito entre quem ensina e quem aprende?
Charlot Sim, porque existe uma tensão que faz parte do ato pedagógico. O primeiro problema que o docente enfrenta é não produzir diretamente seu trabalho. Explico: o que faz o aluno aprender é sua própria atividade intelectual, não a do mestre. O trabalho do educador é despertar e promover essa atividade. É assim, sempre foi e sempre será, em qualquer sociedade e época. Se o estudante fracassa, a culpa é do professor, por mais que ele não tenha o poder de enfiar o saber dentro da cabeça do jovem. Essa tensão se converte facilmente em conflito quando o aluno se sente pressionado ou enganado. Mas os conflitos nem sempre são negativos. Penso que é uma sorte viver tantas contradições. Para ser feliz é preciso renunciar a uma idéia enganosa de felicidade. O humor, a reflexão e o prazer são imprescindíveis para aceitar as diferenças e é isso que permite avançar. Já imaginou uma escola sem conflitos? Seria muito monótona.

Qual é o maior problema no dia a dia escolar?
Charlot A avaliação é campeã de dúvidas, discórdias e desatinos. Precisamos refletir mais sobre o assunto. O modelo baseado em assinalar uma alternativa, em certo ou errado, em verdadeiro ou falso, não mede a atividade intelectual. Essa história começou quando o Brasil passou a selecionar alunos para o curso de Medicina, como nos Estados Unidos. Os saberes científicos podem ser medidos em falsos e verdadeiros, mas não os conteúdos de Filosofia, Língua Portuguesa, Pedagogia e História. É um absurdo o que se vê aqui. Até na Educação Infantil já se encontram vestibularzinhos. Esse erro a França não comete. É verdadeiro que o Sol se põe no oeste? Sob um ponto de vista, sim. Sob outro, não, já que o Sol não sai do lugar. O mundo do verdadeiro ou falso é do fanatismo e não da cidadania. Nega a reflexão e o saber e impede que os alunos leiam, escrevam e aprendam.

A relação do jovem pobre e do rico com a escola é a mesma?
Charlot Uma pesquisa feita na França com estudantes do Ensino Médio mostrou que eles usam o que foi aprendido na escola para pensar e construir novos saberes. Eles conseguem fazer essa transposição. Não há relação direta entre fracasso escolar e classe social. Apesar de, em termos estatísticos, existir uma probabilidade maior de alguém de classe popular fracassar nos estudos, muitos são bem-sucedidos. Mas também há uma grande quantidade de filhos da classe média que são reprovados. Minhas pesquisas têm por objetivo entender o que acontece especificamente com os que enfrentam dificuldades. Se o pai é imigrante, está desempregado ou ausente, não importa para a análise, mas sim o que a criança faz dessas condições. Para isso, precisamos saber se ela estuda e, principalmente, por que estuda - ou seja, que sentido tem a escola para ela. Esse aspecto é interessante e inusitado.

Que motivos levam uma criança pobre a querer estudar?
Charlot A maioria dos alunos acredita desempenhar seu papel em ir à escola todos os dias, não fazer muitas bobagens e escutar o professor. Enfim, cumprir um protocolo. Eles vão à escola para passar de ano até conseguir um trabalho, dinheiro e uma vida considerada normal - e não necessariamente para construir capacidades. A primeira lição que aprendem é obedecer. E aí se vê um pacto silencioso de cumplicidade com os professores: "Você obedece e não atrapalha minhas aulas. Em contrapartida eu só passo lições e provas fáceis". Para outros jovens, o estudo é uma conquista permanente que exige muita força de vontade, esforço e dedicação. No geral, pobres e ricos apresentam as mesmas características. Nos dois lados, encontramos o tipo que não sabe o que está fazendo no colégio.

É papel da escola garantir o sucesso profissional dos alunos no futuro?
Charlot Eu estou convencido de que não, apesar de essa ser uma questão muito presente hoje. Quando perguntamos a alguém por que ir à escola, a resposta imediata é "obter um emprego". Muitos se esquecem de que não é a escola que garante o emprego. Ela tem outro papel, bem mais amplo e importante. Para conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, é preciso adquirir saberes, desenvolver a imaginação, construir referências para entender o que é a vida, o que é o mundo e o que é a convivência com os outros. Há uma grande perda de tempo e energia quando isso não acontece. Todos se sentem lesados, e não poderia ser diferente.

Quando não garante esse sucesso no mercado de trabalho, a escola acaba por punir os mais pobres.
Charlot Quando a Educação se preocupa demais com o mercado de trabalho, ela exclui os mais pobres. A escola e o saber ainda são a grande chance de ascensão social para muitos e estão se tornando uma maldição para os jovens mais fracos e mais desfavorecidos economicamente. Quem não tem um diploma não consegue emprego, certo? O mesmo vale na França, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. A escola ideal é aquela que faz sentido para todos e na qual o saber é fonte de prazer. Isso não quer dizer que dispense esforço. O esportista, para ter satisfação, se empenha muito. Ainda hoje, um grande número de professores pensa que sua função é dar respostas, mas elas não significam nada se não houve um questionamento anterior. Os estudantes estão decorando coisas que nem sequer entendem. O trabalho do professor é fazer nascer novas questões e o interesse pela escola. Caso contrário, ele gasta o ano letivo em embates sem solução.

Como seria uma escola com a cara do jovem?
Charlot O jovem não quer uma escola com a cara dele, mas uma que faça a ponte entre a história coletiva do ser humano e sua história individual. Uma escola com a cara do jovem teria a cara da Xuxa. Urgh!

Como a Unidade Escolar vê e ajuda a criança com dificuldade. Texto:- Assessora Pedagógica Janete Valter



Como a Unidade escolar vê e ajuda a criança com dificuldade.




Quando uma criança ingressa na escola sua primeira tarefa explicita é o aprender a ler e escrever. Entretanto essa atitude exige novas habilidades, que muitas vezes não faziam parte do cotidiano da criança. Por isso, a aquisição da leitura e escrita é quase sempre uma tarefa complexa e difícil para a maioria dos pequenos, no entanto, alguns têm mais dificuldades do que outros na questão do aprender. E várias são as questões que podem causar dificuldades na aprendizagem.

É fundamental que a individualidade da criança seja respeitada e seus interesses e preferencias sejam levadas em conta pelo professor e pela escola.

Qualquer problema observado implicará em amplo trabalho do professor e assessora pedagógica junto à família do aprendiz, com o objetivo de descobrir o que está causando dificuldade para a aprendizagem do mesmo. Dessa forma poderá agir com critérios para que a aprendizagem aconteça de forma significativa e eficiente pautada no conhecimento, compreensão e respeito do educando.

Para que a aprendizagem aconteça à instituição escolar oferece ao professor momentos de estudo no HAPCs com trocas de experiências, reflexões pontos positivos e negativos e orientação e observação da Assessora pedagógica e ao aluno a recuperação continua e paralela, no qual o trabalho é mais individualizado e focado na dificuldade de aprendizagem do aluno.

Dentro da sala de aula, já sabendo que o a criança não aprende somente com o professor, mas também com outras crianças, são realizadas as atividades cooperativas, que têm efeitos positivos no rendimento escolar, na autoestima, nas relações sociais e no desenvolvimento pessoal, permitindo ao professor dedicar mais atenção àqueles que mais necessitam a pensar em várias metodologias pedagógicas para que o ensino seja eficaz e a aprendizagem se efetive realmente.

Para assegurar esse trabalho em sala de aula as professoras contam com o auxilio de estagiários no 2º anos e, as professoras substitutas e auxiliares pedagógicas para os 1º e 2º anos, três vezes por semana. Para esse trabalho foi elaborado um horário alternativo, ora o professor da sala, ora o professor substituto, ora o auxiliar, que atendem grupos pequenos fora da sala com diversidade de conteúdos e recursos apropriados.

CARAS E BOCAS


Boneca caras e bocas

Boneca, caras e bocas. Fiz essa boneca para meus alunos de sete anos.Utilizei papel dobradura e fiz duas tirar para sobrepor a imagem, uma para os olhos e outra para as bocas. Eu  ajudei os desenhar um parte a outra eles que fizeram. Ficou bem legal e divertido, pois trabalha com as expressões faciais. È bom trabalhar isso em sala de aula, até mesmo para a criança começar a perceber que dependendo do humor mudamos as feições. Quando estamos contentes ou não.
Bom também levar um espelho para a sala de aula e a medida que a professora muda as feições do boneca a criança terá que imitá-la.

Abaixo fiz um esboço das dimensões da boneca, a própria criança poderá desenhar os formatos das bocas e dos olhos, vai sair bastante coisa interessante.


Atividades com vogais


Atividades com vogais


Algumas atividades para trabalhar a vogais.
Objetivos:
- Conhecer e entender as vogais e seus sons;
- Desenvolver a leitura e escrita;



INCLUSÃO VISUAL

O primeiro HTPC do mês de abril foi reservado para além de estudo um momento de unidade do grupo da escola Shirley. Reunimos então professores da educação infantil juntamente com os educadores do contra turno e os professores do ensino fundamental. Recebemos para esse encontro a Professora Maria Isabel de Oliveira efetiva na escola Leonor Mendes de Barros I que atua no A.E.E (Deficiência visual).
O tema desse encontro foi INCLUSÃO e a reunião iniciou com a apresentação de alguns professores e educadores recém- chegados na equipe, em seguida foi apresentada a professora Isabel que solicitou que cada um dos presentes definisse o que seria inclusão em apenas uma palavra. Algumas palavras foram lidas e fixadas na lousa mediando também a fala da palestrante, entre as palavras estavam:
INCLUSÃO: direito/ participação/ respeito/ troca/ incluir/ dedicação/ esforço/
adaptar..............etc.
Após esse momento de conversa e troca a professora entregou para alguns professores 2 tampão e 1 venda (na cor preta) a dinâmica iniciou dentro da sala. Então com os olhos vendados e com objetos em mãos, alguns professores apenas com o toque das mãos teriam que identificar o objeto, o riso e a alegria se fez presente nesse momento e também a expectativa do que estava por vim, vou ser escolhida para sentir esse objeto? o que será que isso? Encerrada essa primeira parte os professores com os olhos vendados receberam apoio de outros professores que “enxergavam” para se locomover da sala para fora dela e assim caminhar pelo pátio que já havia sido preparado com obstáculos (cadeiras).

Quem não estava vendado pode perceber o medo, a insegurança, a incerteza, de alguns professores ao tentar se locomover pelo pátio que agora se tornava desconhecido, alguns enfrentaram o medo outros procuraram o refugio para assim evitar aquilo que teriam que enfrentar.

Ao retornarmos para sala e agora podendo “enxergar” foi perguntado ao grupo o que sentiram, uns disseram medo, outros insegurança em prosseguir. Então a professora Isabel concluiu dizendo que o medo se refere ao sentimento de perda, perder o que temos, nesse caso a nossa visão, e que muitas vezes em nossos alunos deficientes esse sentimento também existe quando ao fazer parte de um grupo novo, ao receber a nova professora portanto é necessário começarmos a viver a inclusão, não apenas integrando o nosso aluno ao grupo mas procurando incluí-lo em sua totalidade.


 Encerramos esse momento de estudo sobre Inclusão (Deficiência visual) agradecendo o envolvimento de todos os professores e presença da  Professora Maria Isabel de Oliveira





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